CAMINHOS VÃOS

De súbito na estrada
Sustos de outras eras
Automóveis curvam-se
E aos bois passagens cedidas...

Lentos olhares
Olhos de boi
Negros cantares
Os homens relembram
De épocas outonais.
Eia! Peão!
Eia boi...

Ah! O peão...
Figura que re-existe
Gritos tão doces
Berra o berrante
Num triste lamento
Entoando notas ancestrais

Sob o sol escaldante
Vão...

Charqueadas e mate
Vão...

Guampa e tereré
Vão...

Frio agulhante, chapéu e poncho
Vão...

Chuvas em torrentes,
Vão...

Entre laços e cordas
Vão...

Saudades da cabrocha
Vão...

Guiando, os olhos tão tristes vão
Por caminhos diversos,
Vão...

Cruzam o asfalto
Em vão...

E seguem-se os roncos
Fuligem e fumaça
Perdem-se nos esquecimentos

Pasto verde e branco,
Eles vão...

Em vão!

Um comentário:

Lorêny Portugal disse...

Onde vc está mulher? Desejo adicioná-la como amiga...gsoto de seus poemas e pelo jetio somos ocmpanheiras de caminhada...Professoras...Beijos... Meu amigo morreu de tanta bebida e frogas. Teve câncer aso 33 anos devido a uma autodestruíção começada a partir da morte de seu pai. Sentia-se meio culpado, sei lá! Era realmente lindo, uma pessoa encantada! Amigos de infância...bebíamos uma pinga...kkkkkk Hoje, sou mulher comportada...

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